Beijing, 24 mar (Xinhua) -- Como parte dos esforços mais amplos para estimular a demanda interna, a China pediu às cidades que refinem ainda mais seus sistemas de emplacamento de automóveis para acomodar melhor as famílias sem carro próprio, seguindo uma série de políticas favoráveis lançadas no maior mercado automotivo do mundo.

   O país divulgou em 16 de março um plano de iniciativas especiais para estimular o consumo. Este plano, emitido pelo Gabinete Geral do Comitê Central do Partido Comunista da China e pelo Gabinete Geral do Conselho de Estado, pede a mudança das políticas de consumo de automóveis de "controles baseados em compras" para "regulamentação baseada no uso" e a garantia da elegibilidade da propriedade de carros para famílias que, após longas esperas, não tiveram sucesso na loteria de placas.

   As metrópoles chinesas, incluindo Beijing, Shanghai e Guangzhou, há muito tempo impõem limites às compras de carros, adotando sistemas de loteria de placas para combater os engarrafamentos e a poluição do ar; no entanto, nos últimos anos, os governos locais dessas e de outras cidades vêm introduzindo novas políticas para atender à crescente demanda e aumentar o número de veículos de nova energia (NEVs) emplacados.

  Em janeiro, as autoridades de transporte de Beijing anunciaram que neste ano autorizarão emplacar 100 mil carros de passageiros, dos quais 80 mil serão NEVs.

   Notavelmente, Beijing também fará este ano 40 mil emplacamentos extras para NEVs destinados especificamente a residências sem carro próprio. Essa seleção será baseada em um sistema de classificação baseado em pontos, recompensando aqueles que estão esperando há muito tempo e priorizando a justiça.

   Da mesma forma, o Município de Tianjin, no norte da China, liberou 30 mil placas para famílias sem carro em 2024, enquanto Hangzhou, um centro de tecnologia na Província de Zhejiang, no leste do país, relaxou seus critérios de elegibilidade para permitir que indivíduos que se inscreveram sem sucesso pelo menos 48 vezes recebam uma placa.

   Shanghai, uma cidade no leste que usa um sistema de leilão para vender um número limitado de placas para compradores de carros híbridos e movidos a combustíveis fósseis, é outro local que tem procurado reduzir as barreiras à propriedade de carros.

   As autoridades do centro econômico disseram no final do ano passado que a cidade reduziria de três para um ano seus períodos de exigência de contribuição de fundo de previdência social e pagamento de impostos de renda individual por residentes não locais, expandindo assim o acesso a esses leilões.

   Jia Xinguang, diretor-executivo da Associação de Revendedores de Automóveis da China, disse que, dado o plano divulgado em 16 de março, as cidades relacionadas podem aumentar ainda mais o consumo, incentivando os cidadãos a trocar veículos antigos.

   Em relação à "regulamentação baseada no uso" mencionada por este plano, cidades como Beijing, Shanghai e Hangzhou já fortaleceram o rodízio com base no final da placa, juntamente com soluções de tráfego habilitadas pela tecnologia.

   No caso de Hangzhou, um "Cérebro da Cidade" movimentado por IA monitora o tráfego em tempo real e emite alarmes para possíveis congestionamentos, permitindo que as autoridades de trânsito ajustem os semáforos com base no fluxo de veículos. Com mais de 3.700 estacionamentos ligados à plataforma, os cidadãos podem estacionar seus carros com mais facilidade, desfrutando de uma experiência perfeita que lhes permite "pagar depois de estacionar", evitando assim engarrafamentos causados por problemas de vaga.

   "Devido aos frequentes engarrafamentos, há muito tempo hesitava em comprar um carro. Mas com melhorias no gerenciamento de tráfego, agora estou pensando em tentar", disse Li Xiang, morador de Hangzhou.