(Multimídia) China e Portugal consolidam parceria estratégica com investimentos verdes e laços culturais-Xinhua

(Multimídia) China e Portugal consolidam parceria estratégica com investimentos verdes e laços culturais

2025-03-28 15:13:15丨portuguese.xinhuanet.com
Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, discursa no subfórum "Diálogo de Alto Nível: Reconstruir a Confiança em um Mundo com Grande Mudança" da Conferência Anual 2025 do Fórum Boao para a Ásia, em 26 de março. (Xinhua/Xie Ziyi)

   Beijing, 28 mar (Xinhua) -- Este ano marca o 20º aniversário do estabelecimento da parceria estratégica abrangente China-Portugal. Sob a orientação estratégica dos dois chefes de Estado e com esforços conjuntos dos dois lados, a confiança política mútua China-Portugal foi constantemente fortalecida e a cooperação prática bilateral em todos os domínios alcançou resultados positivos.

   Nos últimos anos, as relações sino-portuguesas têm alcançado avanços significativos, com diálogo político reforçado, investimentos bilionários em setores-chave e intercâmbios culturais intensificados, demonstrando uma sinergia que transcende fronteiras.

   Durante a visita do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, à China, de 24 a 28 de março, os chanceleres dos dois países realizaram o segundo diálogo estratégico China-Portugal no nível de ministros das Relações Exteriores, pela primeira vez face a face, o que fortalecerá os intercâmbios e a coordenação entre ambos os lados e impulsionará a implementação dos importantes consensos alcançados pelos líderes dos dois países.

   DIPLOMACIA E LAÇOS POLÍTICOS: BASE DE COOPERAÇÃO

   No ano passado, a China e Portugal celebraram o 45º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas. Os líderes dos dois países trocaram mensagens de felicitações e elogiaram o desenvolvimento bem-sucedido das relações bilaterais, relembrou Wang Yi, ministro das Relações Exteriores chinês, ao se reunir com Paulo Rangel, em Beijing, nesta terça-feira.

   A China e Portugal têm uma boa tradição de respeito e apoio mútuos, e os dois lados resolveram adequadamente a questão de Macau com sabedoria política, dando um bom exemplo para resolver questões deixadas pela história por meio de consultas amigáveis.

   Os dois países estabeleceram formalmente a "Parceria Azul" em 2017 para aprofundarem sua cooperação em campos marítimos no nível governamental. Na cerimônia de lançamento do Centro Sino-Português de Pesquisa de Inovação Marinha em março de 2024, Zhao Bentang, embaixador da China em Portugal, enfatizou que os dois países têm interesses interligados e amplas perspectivas de cooperação nos campos da economia circular azul e da governança global dos oceanos. Ele disse que a China está disposta a trabalhar com Portugal para promover a "economia azul" e o "desenvolvimento verde" e dar impulso à implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para 2030.

   As relações entre as cidades dos dois países, como Shanghai e Porto, Macau e Coimbra, simbolizam a proximidade bilateral. Em fevereiro de 2024, a cidade chinesa de Dalian e a região portuguesa do Alentejo, sob a orientação e promoção da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, assinaram um memorando de cooperação e estabeleceram formalmente uma parceria profunda.

   Falando sobre a visão a questões mundiais, Paulo Rangel indicou que tanto a China quanto Portugal defendem o multilateralismo, especificamente as Nações Unidas, "que é o princípio da política externa de ambos os países".

   COOPERAÇÃO EM ECONOMIA DE BAIXO CARBONO: MOTOR DA PARCERIA

   Segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China, Portugal foi o terceiro maior parceiro comercial lusófono da China em 2024, registando negócios totais no valor de US$ 9,28 mil milhões, uma alta anual de 6,6%. As importações de Portugal desde a China atingiram US$ 6,11 mil milhões, 5,5% a mais que o ano anterior. Enquanto isso, o país europeu exportou para a China US$ 3,17 mil milhões, um aumento anual de 8,9%.

   Até 2024, a China registou o 6º maior estoque de investimento direto estrangeiro em Portugal, com 12,1 mil milhões de euros (US$ 12,59 mil milhões).

   Entre os projetos de cooperação, destaca-se a construção de uma fábrica da China Aviation Lithium Battery (CALB), uma das maiores fornecedoras mundiais de baterias para carros elétricos, em Sines, no sul de Portugal. Com um investimento de 2 mil milhões de euros, a unidade deverá produzir 15GWh de baterias para veículos elétricos até 2028, gerando 1,8 mil empregos e posicionando Portugal como hub tecnológico na Europa.

   Esta iniciativa insere-se num contexto de diversificação da cooperação econômica bilateral. No setor energético, a China Three Gorges, enquanto principal acionista da empresa portuguesa de energia EDP, tem impulsionado o desenvolvimento de renováveis. O grupo Fosun expandiu a sua atuação em áreas como finanças, através do Banco Comercial Português, e saúde, com a rede Luz Saúde, além de investimentos no turismo.

   A sinergia tecnológica manifesta-se igualmente no transporte urbano, com a CRRC Tangshan a fornecer modernos trens para o Metro do Porto. Lançado oficialmente em 2021, o primeiro trem chegou ao Porto no final de 2022. O projeto de colaboração resultou na produção de 18 composições de trens e num contrato de serviço de manutenção de cinco anos.

   Enquanto os investimentos em tecnologias verdes ganham força, as oportunidades de cooperação se estendem igualmente para os mares. Como destacou Paulo Rangel, "a cooperação para os mares e para os oceanos é algo que liga muito também os dois lados."

   Sendo centros portuários estratégicos dos dois países, a cidade de Dalian, no norte da China, e o Alentejo, região situada no sul de Portugal, têm aprofundado a colaboração nas áreas de economia portuária e marinha. Um eixo central é a cooperação com Sines, polo industrial alentejano, onde se desenvolvem sinergias profundas em transporte marítimo e logística portuária.

   Esta multiplicidade de cooperações demonstra o compromisso chinês em estabelecer parcerias de longo prazo. Desde a transição energética à modernização de infraestruturas, a cooperação bilateral tem vindo a aprofundar-se, criando valor partilhado e reforçando a posição de Portugal como ponte entre a China e a Europa.

   "Esta missão à China é um passo decisivo para fortalecer a presença portuguesa num dos maiores mercados globais, realçando que Portugal continua a ser um parceiro de confiança e de referência no panorama do investimento chinês no mundo", destacou Ricardo Arroja, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

   CULTURA E EDUCAÇÃO: PONTES QUE LIGAM POVOS

   Durante a sua visita à China, Paulo Rangel visitou a Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing (BFSU), em 25 de março, e se informou sobre o ensino de língua portuguesa dessa universidade e destacou o papel importante de aprendizagem de língua no estreitamento das relações bilaterais.

   O ensino do português floresceu na China nas últimas décadas. Sendo pioneiro na educação de línguas estrangeiras da China, a BFSU iniciou o ensino de língua portuguesa em 1960. Atualmente, mais de 50 universidades em toda a China oferecem cursos de português, cultivando talentos que trabalham posteriormente em áreas como diplomacia, comércio, tecnologia, imprensa, etc.

   Paralelamente, o Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa e da Universidade de Coimbra promovem o idioma chinês e a cultura chinesa, aprofundando a compreensão da língua e da cultura chinesas pelos estudantes portugueses e fomentando o intercâmbio interpessoal entre os dois países.

   "A China está disposta a trabalhar com Portugal para aprofundar a confiança mútua estratégica, aumentar os intercâmbios amigáveis, impulsionar a construção conjunta de alta qualidade de Uma Faixa e Uma Rota, além de promover o desenvolvimento saudável e estável dos laços China-Portugal e China-Europa", manifestou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma coletiva de imprensa.

O ministro português do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro (C), senta-se no lugar do condutor de um trem de metrô fabricado na China, na Estação da Trindade, no centro do Porto, Portugal, em 11 de fevereiro de 2023. (Xinhua/Wen Xinnian)

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