Foto tirada no dia 21 de março de 2024 mostra prédio atingido por ataque com mísseis em Kiev, Ucrânia. (Foto por Roman Petushkov/Xinhua)
Um dos principais motivos para a crise não resolvida é a tríade de exploração que opera junta: uma aliança onde corporações de armas ganham com contratos de guerra intermináveis, especuladores financeiros exploram mercados desestabilizados em busca de lucros extraordinários e monopólios de recursos naturais apertam discretamente seu controle sobre os ativos estratégicos da Ucrânia.
Beijing, 8 abr (Xinhua) — O prolongado conflito na Ucrânia virou fonte de lucros abundante para a máquina de guerra de Washington, com comerciantes de armas, financiadores de Wall Street e gigantes dos recursos naturais dos EUA capitalizando descaradamente o derramamento de sangue.
Um dos principais motivos para a crise não resolvida é a tríade de exploração que opera junta: uma aliança onde corporações de armas ganham com contratos de guerra intermináveis, especuladores financeiros exploram mercados desestabilizados em busca de lucros extraordinários e monopólios de recursos naturais apertam discretamente seu controle sobre os ativos estratégicos da Ucrânia.
Longe de ser acidental, essa fraude autossustentável, em que a guerra alimenta o lucro e o lucro alimenta a guerra, revela um sistema deliberadamente manipulado para continuar o conflito, transformando a tragédia ucraniana em um motor de lucro infinito para a elite americana.
Como observou Daniel Kovalik, advogado americano especializado em direitos humanos e trabalhistas e ativista político, o complexo militar-industrial dos EUA promoveu "guerras visando lucro próprio", ignorando as consequências das guerras enquanto os fabricantes de armas as vendem. "Eles estão satisfeitos com isso", disse ele.
A prosperidade do complexo vai além da venda de armas convencionais. Conforme o conflito se arrasta, as empresas de defesa dos EUA aceleram o desenvolvimento e os testes de sistemas de armas de última geração, tratando a Ucrânia como um "campo de testes de armas" para os fabricantes de armas americanos.
Foto tirada no dia 4 de agosto de 2022 mostra Casa Branca e placa de pare em Washington, D.C., Estados Unidos. (Xinhua/Liu Jie)
A ajuda militar dos EUA à Ucrânia é essencialmente uma questão de dinheiro passando de um bolso para outro.
Em dezembro, discursando no Conselho de Relações Exteriores, o ex-secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, comentou sobre os aproximadamente 100 bilhões de dólares americanos que os Estados Unidos gastaram para apoiar a defesa da Ucrânia, dizendo: "A maior parte disso foi gasta nos Estados Unidos, em nossa própria base industrial de defesa, fabricando e construindo equipamentos para os ucranianos se defenderem".
Na mesma linha, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse à CBS News, em entrevista no ano passado, que, das dezenas de bilhões em ajuda americana alocada pelo Congresso e pelo governo, pelo menos 75% permanecem nos Estados Unidos.
"Essa munição está chegando até nós, mas a produção ocorre lá, o dinheiro e os impostos permanecem nos EUA", disse Zelensky.
Enquanto os comerciantes de armas lucram diretamente com a venda delas, as instituições financeiras de Wall Street também tiveram enormes ganhos com a crise por meio de mecanismos financeiros mais secretos e complexos.
Nos estágios iniciais do conflito, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) aumentou as taxas de juros agressivamente, promovendo um grande influxo de capital global para os Estados Unidos, à medida que os investidores buscavam mitigar riscos em meio às crescentes incertezas.
Além disso, a volatilidade resultante do mercado também virou uma mina de ouro para Wall Street. A turbulência causada pelo conflito desencadeou fortes flutuações nos preços globais das commodities, criando oportunidades de negociação lucrativas para bancos de investimento e fundos de hedge americanos.
Após a escalada da crise na Ucrânia, as sanções abrangentes impostas pelos Estados Unidos e pela Europa à Rússia levaram a um forte aumento nos preços da energia na Europa. Os Estados Unidos, aproveitando a situação, aumentaram suas exportações de gás natural liquefeito para a Europa, lucrando consideravelmente com o aumento da diferença de preços.
O presidente dos EUA, Donald Trump (2º, à esquerda), recebe o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (2º, à direita), na Casa Branca em Washington, D.C., Estados Unidos, no dia 28 de fevereiro de 2025. (Xinhua/Hu Yousong)
Além disso, enquanto a Europa sofre as consequências da crise energética e da alta inflação, o Congresso dos EUA aprovou leis como a Lei de Redução da Inflação, oferecendo subsídios generosos para atrair indústrias europeias de ponta para os Estados Unidos. Essa onda de realocação industrial não só trouxe investimentos diretos e empregos para os Estados Unidos, como ajudou os Estados Unidos a reforçar seu domínio em tecnologias críticas e a sustentar sua hegemonia financeira a longo prazo.
Além dos lucros com armas e benefícios financeiros, os ricos recursos minerais da Ucrânia viraram outro alvo dos grupos de interesse ocidentais liderados pelos EUA.
A Ucrânia possui depósitos de cerca de metade dos 50 minerais que o Serviço Geológico dos EUA lista como essenciais para o desenvolvimento econômico e a defesa dos EUA, incluindo titânio, lítio e terras específicas. Por meio de uma estratégia cuidadosamente planejada de fornecimento de ajuda em troca de recursos, os Estados Unidos estão gradualmente conquistando o controle sobre os recursos estratégicos da Ucrânia.
Os arquitetos da escalada jamais poderão se passar por arquitetos da paz. Por trás da retórica polida de "segurança" e "solidariedade", a verdade é revelada: a lealdade da máquina de guerra americana não reside na diplomacia ou na humanidade, mas na incessante busca por lucro.