Farida Sebastian Masalu, gerente do campus da Escola Nacional de Turismo, é entrevistada em Dar es Salã, Tanzânia, no dia 8 de abril de 2025. Com o crescente fluxo de turistas chineses, a escola pública de turismo da Tanzânia lançou cursos de chinês em colaboração com o Instituto Confúcio da Universidade de Dar es Salã para formar profissionais no setor. Dos 531 estudantes matriculados, 215 escolheram estudar chinês. (Xinhua/Emmanuel Herman)

Por Hua Hongli e Lucas Liganga

Dar es Salã, 9 abr (Xinhua) — Sentado em uma modesta sala de aula, o estudante de turismo tanzaniano Noel Ivon Isack traça atentamente os caracteres chineses em seu caderno. O jovem de 19 anos quer usar suas novas habilidades linguísticas para ter uma carreira como guia de visitantes pelas renomadas reservas naturais e praias pitorescas da Tanzânia.

"Quero que os visitantes chineses se sintam em casa", disse Isack, estudante do terceiro ano da Escola Nacional de Turismo (NCT, na sigla em inglês) em Dar es Salã. "A maioria deles só fala chinês, então, se queremos que eles aproveitem a Tanzânia, precisamos falar a língua deles".

Com o crescente fluxo de turistas chineses, a escola pública de turismo da Tanzânia lançou cursos de chinês em colaboração com o Instituto Confúcio da Universidade de Dar es Salã para formar profissionais no setor. Dos 531 estudantes matriculados, 215 escolheram estudar chinês.

"É um divisor de águas", disse Farida Sebastian Masalu, gerente do campus. "Queremos que nossos estudantes tenham vantagem competitiva conforme a Tanzânia fortalece os laços com a China".

Desde 2023, a Tanzânia tem intensificado os esforços para atrair visitantes chineses. Um passo importante foi o lançamento em maio de 2024 do filme promocional "Tanzânia Incrível" em Beijing, com a presidente Samia Suluhu Hassan, o presidente de Zanzibar, Hussein Ali Mwinyi, e o ator chinês, Jin Dong.

"Essas iniciativas promovem o turismo na Tanzânia e fortalecem a amizade entre nossos países", disse Masalu.

A Tanzânia já está vendo resultados. De acordo com Ephraim Mafuru, diretor-geral do Conselho de Turismo da Tanzânia (TTB, na sigla em inglês), as chegadas da China saltaram de 44.000 para 62.000 nos últimos nove meses.

"Nossa meta é atrair pelo menos 1% dos viajantes internacionais da China", disse Ephraim. "Isso representa 1,3 milhão de turistas, e só estamos começando".

Para apoiar esse objetivo, o TTB firmou parcerias com instituições locais, como a NCT, para oferecer treinamento em língua chinesa a guias turísticos e profissionais da cadeia de valor do turismo em geral.

"A barreira linguística continua sendo um dos nossos maiores desafios", disse Mafuru. "Mas estamos trabalhando nisso. Os visitantes chineses se sentirão muito mais confortáveis ​​sendo recebidos em seu idioma".

De acordo com o Ministério de Recursos Naturais e Turismo, a Tanzânia recebeu mais de 5,36 milhões de turistas em 2024, incluindo 2,14 milhões de visitantes internacionais. O país arrecadou cerca de 4 bilhões de dólares americanos em receitas de turismo naquele ano, um aumento significativo em relação a 2023, anunciou o ministro Pindi Chana em fevereiro de 2025.

Pan Lei, da "Fashion Tourism", a primeira empresa de turismo chinesa na Tanzânia, disse à Xinhua que a Tanzânia tem alguns dos recursos de vida selvagem mais ricos do mundo, incluindo a Grande Migração nas planícies do Serengeti. Também abriga o Monte Kilimanjaro, o pico mais alto da África, e Zanzibar, a pérola do Oceano Índico.

"É só o começo", disse Mafuru. "A China é parte essencial da nossa estratégia para o crescimento do turismo nos próximos anos".

De volta à sala de aula, o estudante Rajabu Almasi, 28 anos, vê a língua chinesa como mais do que uma simples habilidade. Ele a vê como investimento. "Não podemos ignorar a China", disse ele. "Se quisermos ter sucesso no turismo, precisamos entender nossos hóspedes, sua língua, cultura e necessidades".

Asha Fum Khamis, instrutora de língua chinesa designada pelo Instituto Confúcio para dar aulas na NCT, compartilhou esse sentimento. "Não estou apenas ensinando um idioma", disse ela. Estou preparando esses estudantes para oportunidades, incluindo empregos, parcerias e pontes culturais".

Khamis disse que os tanzanianos que falam chinês em breve serão muito procurados em todo o setor de turismo, desde guias turísticos até hospitalidade e muito mais.

"A onda está chegando", disse ela sorrindo. "Nossos estudantes estarão prontos para surfar".

Estudantes tanzanianos em aula de chinês na Escola Nacional de Turismo em Dar es Salã, Tanzânia, no dia 8 de abril de 2025. Com o crescente fluxo de turistas chineses, a escola pública de turismo da Tanzânia lançou cursos de chinês em colaboração com o Instituto Confúcio da Universidade de Dar es Salã para formar profissionais no setor. Dos 531 estudantes matriculados, 215 escolheram estudar chinês. (Xinhua/Emmanuel Herman)

Asha Fum Khamis (1ª, à direita), professora de chinês designada pelo Instituto Confúcio, ensina língua chinesa na Escola Nacional de Turismo em Dar es Salã, Tanzânia, no dia 8 de abril de 2025. Com o crescente fluxo de turistas chineses, a escola pública de turismo da Tanzânia lançou cursos de chinês em colaboração com o Instituto Confúcio da Universidade de Dar es Salã para formar profissionais no setor. Dos 531 estudantes matriculados, 215 escolheram estudar chinês. (Xinhua/Emmanuel Herman)

Estudantes tanzanianos em aula de chinês na Escola Nacional de Turismo em Dar es Salã, Tanzânia, no dia 8 de abril de 2025. Com o crescente fluxo de turistas chineses, a escola pública de turismo da Tanzânia lançou cursos de chinês em colaboração com o Instituto Confúcio da Universidade de Dar es Salã para formar profissionais no setor. Dos 531 estudantes matriculados, 215 escolheram estudar chinês. (Xinhua/Emmanuel Herman)

Asha Fum Khamis, professora de língua chinesa designada pelo Instituto Confúcio, ensina língua chinesa na Escola Nacional de Turismo em Dar es Salã, Tanzânia, no dia 8 de abril de 2025. Com o crescente fluxo de turistas chineses, a escola pública de turismo da Tanzânia lançou cursos de chinês em colaboração com o Instituto Confúcio da Universidade de Dar es Salã para formar profissionais no setor. Dos 531 estudantes matriculados, 215 escolheram estudar chinês. (Xinhua/Emmanuel Herman)