Dois caminhos e um futuro compartilhado: Diálogo China-África sobre modernização-Xinhua

Dois caminhos e um futuro compartilhado: Diálogo China-África sobre modernização

2025-04-11 13:29:23丨portuguese.xinhuanet.com

Trem elétrico de ferrovia de bitola padrão (SGR, na sigla em inglês) parado em estação de Dar es Salã, Tanzânia, no dia 1º de agosto de 2024. (Foto por Emmanuel Herman/Xinhua)

No século 21, a história da modernização na China e na África tem virado cada vez mais uma bela narrativa de dois caminhos e um futuro compartilhado.

Por Peter Kagwanja

A modernidade deve ser nacional. Modelos de modernização importados ou impostos sem levar em conta as realidades locais podem ter resultados catastróficos.

Nesse contexto, o Fórum Hong Ting, organizado pelo Escritório Regional da África da Agência de Notícias Xinhua em 2 de abril, ofereceu uma plataforma adequada para refletir profundamente sobre dois conceitos importantes, essenciais para traçar um futuro de desenvolvimento global pacífico.

O primeiro conceito é diálogo. Em seu sentido mais amplo, diálogo se refere a uma conversa ou troca de ideias, opiniões ou informações entre pessoas, comunidades, nações ou civilizações com o objetivo de buscar entendimento ou resolução mútua, enquanto o oposto de diálogo é um choque de povos, nações ou civilizações, teorizado por acadêmicos ocidentais como Samuel Huntington.

O segundo conceito é modernização, uma teoria que prevê sociedades evoluindo por vários estágios de desenvolvimento, passando de formas tradicionais para modernas.

A história da China e da África deixou claro que modelos de modernização impostos externamente apenas aumentam a pobreza e o subdesenvolvimento, frequentemente levando a ciclos de conflito, destruição e morte.

Mais felizmente, a modernização doméstica poderia levar à transformação de uma sociedade tradicional, rural e agrária em uma mais urbanizada e industrial, tanto qualitativa quanto quantitativamente, abrindo caminho para a erradicação da pobreza e lançando as bases para uma nação mais próspera.

A China e a África escolheram o caminho da modernização independente e do desenvolvimento pacífico, pavimentado pelo diálogo, conforme previsto pela Iniciativa de Civilização Global. A história do diálogo China-África sobre modernização começa com a antiga Rota da Seda, onde civilizações humanas se encontraram e trocaram mercadorias, serviços e ideias sobre valores, religiões, culturas, economias e formas de governo.

Foto aérea de drone mostra montanha Mingsha e ponto turístico da fonte crescente em Dunhuang, província de Gansu, noroeste da China, no dia 23 de novembro de 2024. Há cerca de 2.000 anos, Dunhuang era um centro importante na antiga Rota da Seda. (Foto por Zhang Xiaoliang/Xinhua)

Essas trocas eram mútuas e entre iguais. Essa história se desenvolveu como um conto épico de duas civilizações que se encontraram ao longo da antiga Rota da Seda, de mãos dadas e caminhando juntas como parceiras em pé de igualdade.

Os sonhos chinês e africano foram interrompidos quando as duas civilizações foram ocupadas, exploradas e humilhadas por forças externas. A imposição de modelos ocidentais de modernização fracassou tragicamente.

Agora está claro que modernização não é igual a ocidentalização. No entanto, durante séculos, a modernização ao estilo ocidental tem sido usada como ferramenta de dominação cultural, econômica e política.

Baseada na mentalidade da Guerra Fria, a modernização foi transformada em arma, instrumento de política externa e hegemonia global ocidental.

A modernização externa foi extremamente custosa para a China. Em 1978, quando adotou a política de reforma e abertura, era um dos países mais pobres do mundo. A modernização chinesa demonstrou que a pobreza não é uma maldição para nenhum país ou civilização. Nas últimas quatro décadas, a China conseguiu tirar cerca de 800 milhões de cidadãos da pobreza absoluta.

A modernização imposta ou importada tem sido extremamente custosa para a África. Atingiu um pico perigoso durante as "décadas perdidas", de 1980 a 2000, quando a África teve sua pior publicidade e foi considerada pelos investidores ocidentais como um "continente sem esperança".

No final da década de 1990, a África embarcou na busca por seu próprio modelo de modernização, relevante para seus objetivos de desenvolvimento.

Pensadores e líderes africanos popularizaram a ideia do "Renascimento Africano" e o mantra de "soluções africanas para problemas africanos" como apelo à descolonização do espaço de desenvolvimento do continente.

A União Africana adotou a Agenda 2063 da África como o modelo de desenvolvimento do continente e uma luz em sua longa jornada rumo à modernização.

No século 21, a história da modernização na China e na África virou cada vez mais uma bela narrativa de dois caminhos e um futuro compartilhado. Muitos países africanos adotaram uma política de olhar para o Leste e olhar para o Sul para se beneficiar das potências em rápida modernização no Sul Global, especialmente a China.

Hoje, a modernização chinesa encontra a modernização africana no sonho do "Renascimento Africano". China e África uniram forças para encontrar sinergia em seus caminhos distintos rumo à modernidade.

Contêineres sendo carregados em caminhão no Porto de Lekki, em Lagos, Nigéria, no dia 30 de novembro de 2024. O Porto de Lekki e a Zona Franca de Lekki estão localizados na Península de Lekki, em Lagos, a maior cidade da Nigéria. (Xinhua/Wang Guansen)

A cooperação China-África em busca da modernização é um cenário benéfico para todos. O ano de 2025 marca 25 anos desde a criação do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) em 2000.

O FOCAC virou o principal fórum para o diálogo China-África sobre políticas, a fim de criar sinergia entre os dois caminhos para a modernidade. Por meio do fórum, a China se comprometeu a apoiar a modernização africana, principalmente contribuindo para a Agenda 2063 da UA e os esforços da África para concretizar sua Área de Livre Comércio Continental.

Além disso, 52 dos 54 países africanos participam da cooperação Cinturão e Rota, um símbolo importante do sonho chinês de modernização, lançada em 2013.

A cooperação Cinturão e Rota apoiou investimentos em portos, rodovias e ferrovias. Veja o Quênia. O apoio da China levou ao surgimento do cinturão econômico de crescimento mais rápido ao longo da Ferrovia Mombasa-Nairóbi. A ferrovia elevou o PIB do país em 1,5%, e a projeção é de que o projeto ferroviário contribua com 2% a 3% do PIB do Quênia até 2030.

Durante a Cúpula de Beijing do FOCAC, em 2024, a África e a China concordaram com um novo acordo para o desenvolvimento pacífico, estruturado em torno do Plano de Ação de Beijing (2025-2027). O Instituto de Políticas para a África (API, na sigla em inglês) monitora cada momento da implementação desse projeto, movido pela convicção de que ele carrega a promessa da modernização e industrialização da África.

As evidências apontam para um rápido crescimento dos investimentos, do comércio, da transferência de tecnologia e da industrialização. Pesquisadores do API também monitoram a "Perspectiva para o Desenvolvimento Pacífico no Chifre da África", proposta em janeiro de 2022 para promover paz, estabilidade e prosperidade duradouras.

A ideia de "desenvolvimento pacífico" continua sendo o pilar da modernização sustentável e do desenvolvimento global.

É por isso que a África apoia integralmente as três iniciativas globais, a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global, como bens públicos globais para ancorar o desenvolvimento pacífico e garantir um mundo equitativo, justo e próspero.

Nota da edição: Peter Kagwanja é professor e presidente e diretor-executivo do Instituto de Políticas para a África.

As opiniões expressas nessa matéria são da autoria e não refletem necessariamente as posições da Agência de Notícias Xinhua.

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