Rio de Janeiro, 12 abr (Xinhua) -- A inflação no Brasil ficou em 0,56% em março, desacelerando em relação aos 1,31% de fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Todos os grupos de produtos e serviços registraram aumento, sendo o mais expressivo o de Alimentos e Bebidas, que passou de 0,70% para 1,17% e representou um impacto de 0,25 ponto percentual no índice geral.
Nos últimos doze meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 5,48%, acima dos 5,06% registrados até fevereiro. Até agora neste ano, o índice subiu 2,04%. Em março de 2024, a variação havia sido de 0,16%.
O grupo Alimentos e Bebidas contribuiu com 45% do índice do mês. Entre os produtos com maiores aumentos estão o tomate (22,55%), o café moído (8,14%) e os ovos de galinha (13,13%), que juntos responderam por um quarto da inflação de março. O café moído já acumula um aumento de 77,78% nos últimos doze meses.
Segundo Fernando Gonçalves, gerente de pesquisa do IBGE, a forte alta nos preços do tomate se deve à redução da oferta, causada pela colheita antecipada devido ao calor do verão. Quanto aos ovos, o aumento é atribuído ao aumento do custo do milho, alimento básico das aves, e ao aumento da demanda durante a Quaresma.
A alta no preço do café moído, explicou Gonçalves, foi puxada pela alta do preço do grão no mercado internacional, em razão da redução da oferta global, principalmente por problemas climáticos que afetaram a colheita no Vietnã e impactaram também a produção nacional no Brasil.
O grupo Transportes, com alta de 0,46%, representou o segundo maior impacto mensal (0,09 ponto percentual), embora com menor intensidade que em fevereiro (0,61%). A variação foi influenciada principalmente pelo aumento nos preços das passagens aéreas, que passaram de uma queda de 20,46% em fevereiro para um aumento de 6,91% em março.
Em contraste, os preços dos combustíveis subiram apenas 0,46%, em comparação com 2,89% no mês anterior.
O terceiro maior impacto veio das Despesas Pessoais, com variação de 0,70%, ante 0,13% em fevereiro, o equivalente a 0,07 ponto percentual. O aumento foi impulsionado pela categoria cinema, teatro e shows, que avançou 7,76% devido ao fim da campanha de descontos promovida durante a "semana do cinema".
Para este ano, o Banco Central estabeleceu uma meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, o que significa que a taxa pode oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Em 2024, a inflação no Brasil foi de 4,83%, superando o teto estabelecido de 4,5%. Para este ano, o mercado financeiro espera que a inflação fique em 5,65%, enquanto o governo brasileiro prevê que ela suba para 4,9%.