Mulher faz compras em supermercado em Frankfurt, Alemanha, no dia 22 de abril de 2022. (Xinhua/Lu Yang)
Hubert Aiwanger, vice-ministro-presidente do estado alemão da Baviera, alertou sobre os riscos das tarifas abrangentes dos EUA, destacou a necessidade de um sistema de comércio global baseado em regras e expressou forte apoio à continuidade dos laços econômicos com a China.
Berlim, 4 mai (Xinhua) -- A escalada das tensões comerciais e as tarifas punitivas impostas pelos Estados Unidos podem prejudicar a economia global e representar sérios riscos para o setor manufatureiro da Alemanha, alertou em entrevista recente, Hubert Aiwanger, vice-ministro-presidente do estado alemão da Baviera.
Em discurso durante visita à estação de troca de baterias da fabricante chinesa de veículos elétricos NIO em Zusmarshausen, perto de Munique, Aiwanger destacou a importância de um sistema de comércio internacional baseado em regras e expressou forte apoio à cooperação econômica contínua com a China.
Da perspectiva da Baviera, ele disse que tarifas punitivas, sejam impostas pela União Europeia (UE) à China ou pelos Estados Unidos à China ou à EU, são contraproducentes. "Barreiras comerciais só levam a retaliações e prejuízos econômicos", observou ele. "O que nossas empresas e cidadãos precisam é de uma cooperação internacional aberta, justa e estável".
Seus comentários ocorrem em meio à crescente preocupação na Alemanha com os planos do governo Trump de introduzir novas tarifas abrangentes, que representarão um golpe para montadoras globais como a BMW, com sede na Baviera, que dependem fortemente de cadeias de suprimentos globais e redes de produção internacionais.
Os fabricantes alemães voltados para a exportação, muitos dos quais compram componentes de um país, montam em outro e vendem para um terceiro, estão particularmente expostos ao aumento das barreiras comerciais. Tarifas impostas em diversas etapas, desde a importação de produtos chineses até a exportação para os Estados Unidos, criam um ambiente hostil para empresas globalmente integradas.
Aiwanger pediu que as principais economias resolvam disputas comerciais por meio do diálogo e da cooperação. "O melhor caminho a seguir é trabalhar em direção a um mercado global com tarifas mínimas e regras de concorrência justas", disse ele.
Pessoas visitam estande da NIO na Hannover Messe 2025, em Hannover, Alemanha, no dia 1º de abril de 2025. (Xinhua/Du Zheyu)
Nesse contexto, Aiwanger comemorou a crescente presença de empresas chinesas na Europa, citando a expansão da NIO como um exemplo de cooperação mutuamente benéfica. A montadora inaugurou recentemente sua 60ª estação de troca de baterias na Europa.
"Damos as boas-vindas a empresas chinesas inovadoras como a NIO que investem e operam na Baviera", disse ele, acrescentando que essas parcerias apoiam os esforços da Baviera na transição para a mobilidade elétrica e a energia verde. Ele destacou que o modelo de troca de bateria poderia aliviar as preocupações dos consumidores alemães sobre a autonomia e a conveniência do carregamento de veículos elétricos.
Carro-conceito da Mercedes-Benz exibido na 20ª edição da Exposição Internacional da Indústria Automobilística de Shanghai, em Shanghai, leste da China, no dia 18 de abril de 2023. (Xinhua/Xin Mengchen)
Os laços econômicos entre a Baviera e a China continuam fortes. Como um dos estados mais industrializados da Alemanha e sede da Siemens, Allianz e Audi, a Baviera abriga cerca de 500 empresas chinesas. O volume de comércio bilateral quase dobrou em uma década, de 27 bilhões de euros (30,51 bilhões de dólares americanos) em 2013 para 53 bilhões de euros em 2023, de acordo com estatísticas do governo da Baviera.
Sobre as sessões anuais de diálogo realizadas pelo governo da Baviera com empresas chinesas que operam localmente, Aiwanger disse: "Valorizamos a contribuição deles. Eles são altamente motivados, ávidos por aprender e focados em resultados. Essas conversas nos ajudam a melhorar os serviços administrativos e agilizar os processos de aprovação".
Em outubro de 2024, Aiwanger liderou uma delegação de quatro dias à China, onde se reuniu com líderes empresariais e autoridades para discutir temas como direção autônoma e transporte sustentável. Relembrando essa visita, ele disse ter ficado particularmente impressionado com a velocidade e a eficiência com que as empresas chinesas desenvolvem e escalam novos produtos e infraestrutura. "As empresas alemãs que cooperam com fornecedores chineses valorizam essa agilidade".
Visando o futuro, Aiwanger destacou o potencial para uma maior colaboração com a China em inteligência artificial e transformação industrial verde. "A IA é um tema fundamental em quase todos os intercâmbios internacionais, e a China está avançando rapidamente", disse ele, expressando confiança nos benefícios mútuos proporcionados pela pesquisa e inovação conjuntas.
"As empresas chinesas estão bem posicionadas para expandir globalmente", disse ele. "Desde que tragam produtos de alta qualidade, são bem-vindas na Baviera. Nossos laços econômicos devem transcender a geopolítica e focar no benefício mútuo".