Rio de Janeiro, 30 mai (Xinhua) -- O programa social brasileiro Bolsa Família, uma das maiores iniciativas públicas do mundo para combater a fome e a pobreza extrema, evitou mais de 700 mil mortes e 8 milhões de internações hospitalares entre 2004 e 2019, especialmente entre crianças e idosos, informou o governo nesta sexta-feira.
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou em nota os resultados divulgados esta semana pela revista científica "The Lancet Public Health", que demonstram o impacto benéfico do programa social lançado em 2003, durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, na saúde pública e no desenvolvimento populacional.
"Os resultados da pesquisa são muito animadores, pois demonstram que o Bolsa Família também é muito eficiente e oferece excelentes resultados no setor da saúde. Eles também nos mostram que as políticas sociais são essenciais para uma população mais saudável", enfatizou o governante.
Segundo o governo, o estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia, da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade de Barcelona, analisou dados de 3.671 municípios, definidos pela qualidade adequada de seus registros civis e estatísticas, representando mais de 87% da população brasileira.
"Nosso estudo demonstra que políticas de transferência de renda bem estruturadas podem salvar vidas. O Bolsa Família não só combate a pobreza, como também tem efeitos diretos na saúde da população brasileira", afirmou a cientista brasileira Daniella Cavalcanti, líder da pesquisa.
O estudo revela que os efeitos benéficos são mais robustos quando há alta cobertura (percentual de famílias elegíveis atendidas) e alta adequação (valor médio transferido por família), situação em que a mortalidade infantil foi reduzida em 33% e as internações de pessoas com mais de 70 anos caíram pela metade.
Em 2023, o Brasil comemorou o 20º aniversário do Bolsa Família, que oferece cobertura média mensal a aproximadamente 21,45 milhões de famílias em 5.570 municípios brasileiros.
"O objetivo é reduzir a pobreza no curto prazo e, ao mesmo tempo, quebrar o ciclo intergeracional da pobreza", enfatizou o governo.

