PIB brasileiro cresce 1,4% no primeiro trimestre, impulsionado pela agropecuária e serviços-Xinhua

PIB brasileiro cresce 1,4% no primeiro trimestre, impulsionado pela agropecuária e serviços

2025-05-31 15:42:00丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 30 mai (Xinhua) -- A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao quarto trimestre de 2024, impulsionada principalmente pelo forte desempenho do setor agropecuário e, em menor escala, do setor de serviços, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Em relação ao primeiro trimestre de 2024, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, o 17º aumento consecutivo. No acumulado dos últimos doze meses, a economia brasileira cresceu 3,5%, o maior nível desde o segundo trimestre de 2023 e o 16º aumento consecutivo.

No primeiro trimestre, o setor agropecuário registrou crescimento de 12,2% em relação aos três meses anteriores, enquanto o setor de serviços, que representa aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,3%. Em contrapartida, o setor industrial apresentou leve variação negativa de 0,1%, considerado estável pelo IBGE.

No setor de serviços, destacaram-se: informação e comunicações (3%), outras atividades de serviços (0,8%), atividades imobiliárias (0,8%), administração pública, defesa, saúde e educação e previdência social (0,6%) e comércio (0,3%). As atividades financeiras e de seguros permaneceram estáveis (0,1%), enquanto transporte, armazenagem e correios recuaram 0,6%.

O maior impulso no setor veio dos serviços de informação e comunicação, graças ao crescimento contínuo da demanda pela internet e ao desenvolvimento de sistemas digitais. "Essa atividade cresceu mais de 38% desde a pandemia", observou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

A agropecuária, que representa aproximadamente 6,5% da economia brasileira, apresentou forte expansão de 12,2% em relação ao trimestre anterior. "A atividade se beneficiou de condições climáticas favoráveis e de uma base de comparação baixa em 2024. Espera-se uma safra recorde de soja, nosso principal produto agrícola", explicou Palis.

A expansão foi atribuída ao crescimento das principais culturas no primeiro trimestre: soja (13,3%), milho (11,8%), arroz (12,2%) e tabaco (25,2%).

O desempenho industrial foi misto. Enquanto a geração de eletricidade, gás, água, saneamento e gestão de resíduos cresceu 1,5% e as indústrias extrativas cresceram 2,1%, setores-chave como manufatura e construção caíram 1% e 0,8%, respectivamente.

"A indústria está sendo afetada negativamente pela política monetária restritiva", observou Palis. O setor industrial como um todo representa quase 25% do Valor Adicionado do país.

Do ponto de vista da demanda, a formação bruta de capital fixo cresceu 3,1%, enquanto o consumo das famílias aumentou 1%, refletindo uma recuperação moderada dos gastos das famílias. O consumo do governo permaneceu praticamente estável, com um ligeiro aumento de 0,1%. No comércio exterior, as exportações de bens e serviços cresceram 2,9%, enquanto as importações aumentaram 5,9% em relação ao último trimestre de 2024, refletindo o fortalecimento da demanda interna.

Com este novo resultado, a economia brasileira acumula um ritmo positivo sustentado, apesar das restrições da política monetária que continuam afetando alguns setores. A recuperação do consumo e do investimento, aliada às condições climáticas favoráveis à agricultura, colocam o país em uma trajetória de crescimento moderado, mas resiliente, em 2025.

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