Beijing, 9 jun (Xinhua) -- O comércio exterior da China demonstrou resiliência nos primeiros cinco meses de 2025, com o montante de transações comerciais subindo 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado pelos esforços do país para otimizar sua estrutura comercial e estabilizar o crescimento.

   A taxa de crescimento representou um aumento de 0,1 ponto percentual em comparação com a registrada nos primeiros quatro meses de 2025. O valor total das importações e exportações de mercadorias em termos denominados em yuan (moeda chinesa) atingiu 17,94 trilhões de yuans (US$ 2,5 trilhões) no período de janeiro a maio, de acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas (AGA) divulgados na segunda-feira.

   Durante os primeiros cinco meses de 2025, as exportações da China aumentaram anualmente 7,2%, alcançando 10,67 trilhões de yuans, enquanto as importações caíram 3,8%, para 7,27 trilhões de yuans, mostraram os dados.

   FORTE RESILIÊNCIA

   Lyu Daliang, diretor do Departamento de Estatística e Análise da AGA, disse que o comércio de bens da China manteve "resiliência relativamente forte", apesar das pressões externas, já que a economia do país manteve sua trajetória de recuperação desde o início do ano.

   "Em maio, o comércio exterior da China continuou sua tendência de crescimento, com o ritmo de expansão acelerando notavelmente após as conversas econômicas e comerciais de alto nível entre a China e os EUA (realizadas em Genebra em maio)", disse a autoridade.

   Somente em maio, as importações e exportações totais de bens da China em yuan aumentaram 2,7% em termos anuais. As exportações de bens aumentaram 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as importações caíram 2,1%, de acordo com os dados.

   "Diante de uma situação internacional mais complexa e desafiadora, o comércio exterior da China superou dificuldades e resistiu à pressão, mantendo um crescimento estável e demonstrando forte resiliência", afirmou Wang Xuekun, chefe da Academia Chinesa de Cooperação Comercial e Econômica Internacional do Ministério do Comércio.

   Essa resiliência foi sustentada por esforços dedicados para impulsionar o comércio em nível local. Na Província de Jiangsu, no leste da China, o governo provincial prometeu aumentar o financiamento para apoiar a participação dos exportadores em feiras internacionais. Desde o início do ano, ajudou mais de 1.400 empresas a participarem de mais de 120 exposições no exterior.

   No Município de Chongqing, no sudoeste da China, veículos de carga transfronteiriços que transportam produtos chineses, como componentes para motocicletas e máquinas agrícolas, podem chegar ao Vietnã em apenas dois dias após a liberação alfandegária em Chongqing.

   Graças à pontualidade e flexibilidade de transporte rodoviário, os caminhões de carga transfronteiriços de Chongqing transportaram mercadorias no valor de 5,7 bilhões de yuans nos primeiros cinco meses de 2025, representando um aumento de 4,3 vezes ano a ano.

   MELHORIAS ESTRUTURAIS

   Os dados da AGA divulgados na segunda-feira também mostraram melhorias estruturais contínuas no comércio exterior da China. As exportações de produtos de alta tecnologia apresentaram um forte desempenho nos primeiros cinco meses de 2025, aumentando 6,1% (em dólares americanos) se comparadas aos primeiros cinco meses de 2024, enquanto as exportações de produtos mecânicos e elétricos cresceram 8,1% no mesmo período.

   Em termos de parceiros comerciais, a ASEAN continuou sendo o maior parceiro comercial da China no período de janeiro a maio. Durante esse período, o comércio entre a China e a ASEAN totalizou 3,02 trilhões de yuans, um aumento anual de 9,1%.

   Durante o mesmo período, o comércio da China com a União Europeia aumentou anualmente 2,9%, alcançando quase 2,3 trilhões de yuans, enquanto o comércio com os Estados Unidos diminuiu 8,1% ano a ano, para 1,72 trilhão de yuans, segundo os dados.

   O comércio com os países parceiros da Iniciativa Cinturão e Rota aumentou 4,2%, para 9,24 trilhões de yuans, e o comércio com os países africanos atingiu um recorde, com o volume de comércio China-África aumentando 12,4%, para 963,21 bilhões de yuans durante o período.

   Wang afirmou que, diante dos ventos contrários do crescente unilateralismo e protecionismo, a China enfrentará os desafios e tomará diversas medidas para lidar adequadamente com os atritos comerciais e estabilizar o comércio exterior.

   Segundo ele, essas medidas incluem o aproveitamento de oportunidades comerciais, diversificando os parceiros comerciais e apoiando os exportadores chineses na exploração do mercado interno por meio de campanhas promocionais e canais como supermercados e plataformas de comércio eletrônico para vender produtos de comércio exterior de alta qualidade.

   Wang também enfatizou a necessidade de maior apoio às empresas de comércio exterior, pedindo maiores esforços governamentais para ajudar as empresas a garantir negócios por meio de serviços que colocam compradores e vendedores em contato em grandes exposições comerciais, bem como maior apoio financeiro.