Médico examina criança no acampamento médico organizado por uma equipe médica chinesa em Kikuube, oeste de Uganda, no dia 27 de junho de 2025. Durante semanas, moradores da região, que faz fronteira com o leste da República Democrática do Congo, ficaram sabendo de um programa de assistência médica organizado por uma equipe médica chinesa de Campala, a mais de 300 quilômetros de distância. A equipe, composta por cardiologistas, pediatras, cirurgiões gerais, especialistas em acupuntura e especialistas em saúde pública da 24ª equipe médica chinesa, foi acompanhada por mais de 20 profissionais médicos ugandenses. (Foto por Hajarah Nalwadda/Xinhua)
Kikuube, Uganda, 28 jun (Xinhua) -- Ao amanhecer sobre a escarpa do Vale do Rift, no remoto distrito de Kikuube, oeste de Uganda, Jennifer Nyangoma, 45 anos, foi a um aguardado acampamento médico gratuito.
Durante semanas, os moradores da região, que faz fronteira com o leste da República Democrática do Congo, ficaram sabendo de um programa de assistência médica organizado por uma equipe médica chinesa de Campala, a mais de 300 quilômetros de distância.
A equipe, composta por cardiologistas, pediatras, cirurgiões gerais, especialistas em acupuntura e especialistas em saúde pública da 24ª equipe médica chinesa, foi acompanhada por mais de 20 profissionais médicos ugandenses. Ao se instalarem no Centro de Saúde Buhuka III, uma unidade comunitária que atende mais de 10.000 pessoas, Nyangoma estava entre as primeiras da fila.
Após o diagnóstico, os médicos recomendaram acupuntura, uma terapia tradicional chinesa com agulhas.
"Os médicos me examinaram e disseram que vão inserir várias agulhas em mim. Recebi o tratamento e espero melhorar. Já passei em várias unidades de saúde, mas continuo com dores nas articulações e nas costas", disse Nyangoma à Xinhua.
Ao meio-dia, centenas de pessoas se reuniram na área de espera protegida. Entre elas estava Evelyn Atuhura, 30 anos, e seus três filhos.
"Às 7h, eu já estava de pé, preparando as crianças para virem para cá. Meus filhos não estão muito bem. Os chineses nos trataram e agradeço muito a eles", disse ela enquanto recebia a medicação.
Linard Kule, responsável interino do centro de saúde, afirmou que o acampamento não só fornece cuidados intensivos e suprimentos médicos, como também promove a troca de conhecimento entre profissionais de saúde chineses e ugandenses.
Li Yun, chefe da equipe médica chinesa, afirmou que o acampamento visa atender cerca de 1.000 pacientes. "Também aprendemos muito com nossos colegas ugandenses. A resiliência dos profissionais de saúde locais que prestam serviços em uma área tão remota e com recursos limitados é inspiradora", disse o médico chinês.
O acampamento anual é organizado pela Corporação Nacional de Petróleo Offshore da China (CNOOC, na sigla em inglês), que está desenvolvendo o projeto petrolífero Kingfisher, localizado nas proximidades.
Hu Weijie, presidente interino da CNOOC Uganda Limited, afirmou que a iniciativa mostra o compromisso de longo prazo da empresa com a saúde e com o bem-estar dos moradores locais.
"Desde o começo da iniciativa, milhares de pessoas receberam cuidados médicos essenciais", disse Hu, acrescentando que, conforme a CNOOC desenvolve o setor de petróleo e gás de Uganda, ela continua igualmente focada na saúde e na segurança da população.
"A saúde não é só um direito humano básico, mas também a base para famílias fortes, comunidades produtivas e crescimento nacional sustentável", afirmou ele.
A cooperação em saúde pública é uma parte fundamental das 10 ações de parceria anunciadas na Cúpula de Beijing 2024 do Fórum de Cooperação China-África, afirmou Fan Xuecheng, ministro conselheiro da Embaixada da China em Uganda.
"A China se comprometeu a ajudar a construir mais hospitais em toda a África, continuar enviando equipes médicas, aprimorar a prevenção e o controle conjuntos de doenças e expandir o acesso a medicamentos essenciais e treinamento médico", disse Fan. "Isso representa não apenas o compromisso da China com o setor de saúde da África, mas também nossa crença na construção de um futuro compartilhado, onde desenvolvimento e dignidade andam juntos".
Ele afirmou que equipes médicas chinesas têm prestado consultas a milhares de pessoas em Uganda desde 1983, apoiado hospitais locais e treinado profissionais de saúde.
"Nos centros urbanos e nas comunidades rurais, médicos chineses trabalharam com colegas ugandenses para melhorar vidas. Hoje, a equipe continua essa orgulhosa tradição, oferecendo não apenas equipamentos e cuidados, mas também esperança, sinceridade e solidariedade", disse Fan.