Foto mostra aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL) estacionada em hangar de recarga no Parque Luogang, em Hefei, província de Anhui, leste da China, no dia 2 de julho de 2025. (Xinhua/Zhou Mu)

Perry elogiou o ritmo acelerado de inovação da China, afirmando que agora o país é líder global em produtividade e avanço tecnológico.

Londres, 24 jul (Xinhua) -- A China está reformulando seu modelo de crescimento em torno de autossuficiência estratégica, produtividade impulsionada pela inovação e capacidades sistêmicas, o que apresenta novas oportunidades para investidores estrangeiros, disse Jack Perry, presidente do The 48 Group Club no Reino Unido.

Em entrevista recente à Xinhua, Perry destacou o desempenho econômico da China no primeiro semestre de 2025. Ele enfatizou o crescimento robusto do PIB, juntamente com a rápida expansão dos setores de alta tecnologia e fabricação de equipamentos, a economia digital e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Tudo isso, afirmou ele, ressalta a mudança da China em direção ao desenvolvimento de alta qualidade.

"A China não está apenas reequilibrando o que produz, mas também como e por que produz", disse Perry. "Há ênfase clara na implantação integrada de inteligência artificial (IA), na transformação da energia verde, na soberania industrial e no modelo de dupla circulação projetado para resistir à turbulência geopolítica".

Perry elogiou o ritmo acelerado de inovação da China, afirmando que o país agora é líder global em produtividade e avanço tecnológico. "A IA já está sendo implantada em escala, a robótica está sendo comercializada e a infraestrutura digital está operacional", observou ele. "A China está executando uma estratégia de longo prazo sobre a qual outras economias ainda apenas falam".

Robô prepara café em estande na 26ª Feira de Alta Tecnologia da China (CHTF, na sigla em inglês) em Shenzhen, província de Guangdong, sul da China, no dia 14 de novembro de 2024. (Xinhua/Mao Siqian)

Como CEO da London Export Corporation, Perry observou a crescente demanda global por inovações chinesas. "Empresas do Oriente Médio, da Europa e da América do Sul buscam tecnologias inteligentes de alta qualidade da China, não porque sejam mais baratas, mas porque são melhores".

O vasto e em constante evolução mercado consumidor da China também desempenha um papel fundamental na definição de estratégias globais de produtos, acrescentou Perry. Com uma classe média em expansão, digitalmente conectada e cada vez mais exigente em relação à qualidade e aos valores, o mercado chinês está impulsionando uma mudança na forma como as empresas multinacionais projetam e adaptam seus produtos.

"Não se trata mais de exportar para a China", disse ele. "Trata-se de projetar com a China".

Ele citou a recente visita da delegação do The 48 Group a Shandong, Zhejiang e Beijing, na China, onde empresas britânicas foram convidadas a desenvolver novas plataformas com parceiros chineses em áreas como varejo inteligente e logística urbana de baixo carbono.

Visitantes observam carro da série Xiaomi SU7 no Centro de Exposições Zhongguancun, em Beijing, capital da China, no dia 20 de junho de 2025. (Xinhua/Ju Huanzong)

Em um momento de crescente protecionismo e fragmentação do comércio mundial, Perry elogiou o compromisso contínuo da China com a abertura. "Enquanto muitas economias estão se voltando para dentro e construindo muros, a China está fazendo o oposto. Está expandindo parcerias, fortalecendo os laços comerciais e aumentando o engajamento global", disse ele.

Ele apontou iniciativas como o desenvolvimento do Cinturão e Rota e novos acordos comerciais como evidências da abordagem proativa da China.

De acordo com Perry, as corporações multinacionais permanecem otimistas em relação à China. "Algumas das empresas mais inovadoras do mundo estão se aproximando da China, não se afastando. Elas reconhecem a escala, a capacidade e o ecossistema de inovação como essenciais para sua própria competitividade".

Ele identificou diversos setores que oferecem oportunidades significativas para investidores estrangeiros, incluindo estruturas de regulamentação em inteligência artificial, infraestrutura energética, serviços de exportação de robótica, sistemas de mobilidade inteligente e plataformas confiáveis de commodities.

Jack Perry, presidente do 48 Group Club, discursa na Sessão do Reino Unido "Investir na China" de 2025, em Londres, Reino Unido, no dia 4 de abril de 2025. (Xinhua/Jia Yuchen)