Indústria automotiva se torna nova via de cooperação em comércio de serviços entre China e América Latina-Xinhua

Indústria automotiva se torna nova via de cooperação em comércio de serviços entre China e América Latina

2025-09-15 12:38:45丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 15 set (Xinhua) -- Em uma sala de um amplo centro de exposições, construído sobre as ruínas de uma enorme siderúrgica que décadas atrás era um símbolo de Beijing, capital da China, dezenas de empresários, diplomatas e funcionários chineses e de países latino-americanos debateram com entusiasmo nos últimos dias sobre oportunidades e caminhos de desenvolvimento na cooperação bilateral na indústria automotiva.

"A América Latina é um importante mercado de exportação e também um importante mercado de consumo para os automóveis chineses", afirmou Roberto Smith, conselheiro comercial da Embaixada de Cuba na China, durante a reunião.

Nos últimos anos, cada vez mais empresas chinesas têm optado por estabelecer fábricas na América Latina e, segundo Smith, "a cooperação bilateral na cadeia de suprimentos da indústria automotiva continua se aprofundando, e especialmente o potencial de desenvolvimento no campo dos veículos de nova energia é enorme".

A cena foi registrada no âmbito da Feira Internacional de Comércio de Serviços da China 2025 (CIFTIS, na sigla em inglês), que aconteceu de 10 a 14 de setembro no Parque Shougang, em Beijing. O evento atraiu este ano participantes de mais de 80 países e organizações internacionais, que ao longo destes dias participaram de uma série de fóruns temáticos, palestras de negócios e apresentação de novos produtos, entre outras atividades. Representantes de países como Brasil, Peru, México e Cuba foram convidados a discutir intensivamente com seus parceiros chineses as possibilidades de uma cooperação mais profunda no âmbito do comércio de serviços.

Na última década, a cooperação econômica e comercial sino-latino-americana tem sido altamente frutífera. A China manteve sua sólida posição como o segundo maior parceiro comercial da América Latina e, por sua vez, esta se tornou o segundo maior destino do investimento chinês no exterior. A cooperação bilateral está transitando dos setores tradicionais para as áreas de novas energias, tecnologias digitais e comércio eletrônico transfronteiriço, entre outras, liberando assim continuamente uma nova vitalidade.

No fórum especial realizado no âmbito da CIFTIS sobre a cadeia da indústria automotiva nos países da América Latina e do Caribe, os participantes concordaram que, à medida que a "transformação verde" e a revolução tecnológica remodelam o panorama industrial global, a indústria automotiva, como pilar da economia real, terreno de inovação tecnológica e campo-chave para cumprir os objetivos de atingir o pico de emissões e a neutralidade de carbono, tornou-se uma nova pista de cooperação para a China e a América Latina.

"A China e a América Latina são altamente complementares na indústria automotiva", afirmou Yao Sai, responsável pelas atividades em série da cooperação internacional Ponte Dourada da Rota da Seda. Yao destacou que a população da América Latina e do Caribe ultrapassa 600 milhões de pessoas, e a quantidade de veículos por cada mil habitantes é de apenas 230.

Nesse sentido, Yao explicou que, nos últimos anos, os países latino-americanos têm promovido ativamente a modernização de suas indústrias automotivas, desde a introdução de planos para veículos movidos a novas fontes de energia até a promoção da localização de componentes, resultando em uma forte demanda por colaboração na cadeia de suprimentos automotiva. Enquanto isso, como grande potência automotiva, a China tem mantido um crescimento constante em suas exportações de veículos.

De acordo com estatísticas da alfândega chinesa, o país asiático exportou mais de 6,41 milhões de veículos em 2024, o maior número em nível mundial. No mesmo ano, produziu 13 milhões de unidades de veículos de nova energia. Em escala global, tanto os números de produção quanto os de vendas colocam a China em primeiro lugar.

Na Colômbia, uma das economias mais importantes da América Latina, as vendas de veículos motorizados continuaram a aumentar nos últimos anos. Shi Hui, consultora sênior de investimentos da Embaixada da Colômbia na China, disse que o mercado colombiano de veículos ainda tem um grande potencial de crescimento. No ano passado a empresa chinesa BYD entrou na lista das marcas mais vendidas, liderando as vendas de veículos elétricos, um dado que vale a pena destacar.

O México participou de quase todas as edições da CIFTIS. Victor Cadena, vice-presidente executivo da Câmara Mexicana de Comércio na China, afirmou que a cooperação automotiva entre os dois países tem boas perspectivas. Segundo ele, até março do ano passado, já havia 21 marcas chinesas de automóveis no México. Em 2024, as vendas de veículos chineses no país asteca aumentaram 9,8%, o que representou 20,2% do total de vendas de veículos leves.

A profundidade das trocas realizadas no evento deste ano também permitiu que várias empresas automotivas chinesas compreendessem melhor o ambiente empresarial, as prioridades de desenvolvimento e as necessidades dos países da América Latina, além de fortalecer sua confiança na exploração do mercado latino-americano junto com seus parceiros locais.

Um executivo responsável pelas operações no exterior da SAIC-GM-Wuling (SGMW) disse no fórum que atualmente os automóveis de sua empresa entraram em mais de 20 países da América Latina. Devido à forte demanda, este ano a empresa aumentou seu investimento no mercado latino-americano para melhor atender aos clientes locais. Ao mesmo tempo, em resposta ao crescente apetite por veículos de nova energia, a empresa também lançou pela primeira vez vários modelos adaptados às condições locais, sendo um exemplo o mercado brasileiro.

"A necessidade dos países da América Latina para desenvolver sua cadeia industrial automotiva é imperiosa. No futuro, também consideraremos a produção localizada, realizando a montagem de componentes em fábricas locais para aumentar o emprego e o desenvolvimento local", disse o responsável.

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