Rio de Janeiro, 30 out (Xinhua) -- O governo do estado do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira que 119 pessoas morreram durante uma grande operação policial realizada na terça-feira nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital, contra o grupo criminoso Comando Vermelho.
O número oficial de mortos foi revisado para baixo depois que o governo estadual inicialmente divulgou 128 óbitos. Segundo o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, entre as vítimas estão quatro policiais e 115 supostos criminosos.
De acordo com depoimentos de moradores do Complexo da Penha, pelo menos 74 corpos foram encontrados durante a madrugada e levados apenas com cuecas ou shorts para a Praça São Lucas, em uma das principais vias da região.
Na terça-feira, as autoridades haviam divulgado 64 mortes, incluindo quatro policiais civis e militares. Na manhã de quarta-feira, porém, o governador Cláudio Castro, do Partido Liberal, reduziu o número oficial de mortos para 58, dos quais 54 eram considerados criminosos. Horas depois, em coletiva de imprensa, o governo elevou o total para 119, sem esclarecer as discrepâncias nos relatórios anteriores.
Segundo a imprensa local, os corpos (todos homens) foram encontrados na área arborizada conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentravam confrontos entre forças de segurança e suspeitos de tráfico de drogas.
O governador Castro classificou a operação como um "sucesso" e afirmou que apenas os quatro policiais mortos eram "vítimas". Acrescentou que os números oficiais se baseiam unicamente nos corpos registrados no Instituto de Medicina Legal (IML). "A Polícia Civil tem a enorme responsabilidade de identificar quem eram essas pessoas. Não posso dar um pronunciamento antes que todos os corpos sejam contabilizados", declarou.

