Beijing, 2 dez (Xinhua) -- O Porto de Chancay, no Peru, completou seu primeiro ano integral de operações comerciais em 15 de novembro, consolidando-se como um novo portal para o comércio crescente entre a China e a América do Sul.
Carlos Aquino, professor de economia internacional da Universidade Nacional Maior de São Marcos, no Peru, afirmou que o porto está remodelando os padrões comerciais regionais.
"O volume de carga saindo do porto para envio direto à China está aumentando, não apenas a carga do Peru, mas também do Equador, Chile e Colômbia", disse Aquino.
A agência acrescentou que 79% das declarações aduaneiras processadas em Chancay listavam a China como destino, sublinhando "a importância do comércio entre nosso país e a China".
A eficiência logística também foi melhorada, observou ele. A nova rota reduz o tempo de viagem em cerca de 10 dias, traduzindo-se em uma redução de aproximadamente 30% nos custos de frete.
Mais produtos agrícolas frescos, como mirtilos, uvas e abacates, estão sendo enviados para a China através de Chancay, beneficiando-se do menor tempo de trânsito.
Chegar mais rápido ao mercado consumidor é crucial, afirmou Aquino. "Quanto mais rápido chegarem, mais tempo os produtos poderão ser expostos no mercado."
No lado das importações, o Porto de Chancay está se tornando um novo ponto de entrada para veículos elétricos chineses, que estão se expandindo rapidamente nos mercados sul-americanos.
Segundo a administração aduaneira do Peru, o valor das mercadorias chinesas importadas através do Porto de Chancay ultrapassou US$ 759 milhões este ano. "Os veículos elétricos estão ficando mais baratos porque estão vindo diretamente através do Porto de Chancay", explicou Aquino.
Esses desenvolvimentos estão remodelando as cadeias de suprimentos regionais, indicou ele. "O Peru está se tornando o porto de entrada para mercadorias chinesas e asiáticas nos mercados sul-americanos -- e o porto de saída para mercadorias sul-americanas para a China e os mercados asiáticos."
No mesmo comunicado, Javier Eduardo Franco Castillo, chefe da administração aduaneira, destacou o compromisso do Peru em fortalecer a segurança e a eficiência de seus fluxos comerciais. A agência continuará facilitando as cadeias logísticas internacionais e combatendo o contrabando "para apoiar o comércio com as principais economias do mundo, incluindo a China, nosso principal parceiro comercial", afirmou.
Aquino observou que Chancay irá desencadear um investimento mais amplo em infraestrutura em todo o Peru. A necessidade de transportar mais mercadorias para o porto está impulsionando novas propostas, incluindo rodovias e a há muito discutida ferrovia bi-oceânica ligando Peru e Brasil, segundo ele.
"Se (as mercadorias) pudessem ir diretamente de Chancay, poderia economizar pelo menos 20 dias. Mas para isso é necessária uma ferrovia ligando Peru e Brasil."
Duas zonas de processamento de exportações também estão planejadas nas proximidades do porto, o que poderia permitir que o Peru passasse de exportador de matérias-primas para fabricante de bens com valor agregado, disse Aquino.
Enquanto Chancay inicia seu segundo ano de operação, o professor vê o seu papel crescendo. Com conexões diretas com a Ásia e o interesse dos exportadores sul-americanos, o porto está "a caminho de se tornar um grande hub logístico entre a China e a América Latina", afirmou.

