
Estudante dos Estados Unidos aprende caligrafia chinesa durante uma viagem de estudos a Shijiazhuang, na província de Hebei, norte da China, em 26 de abril de 2025. (Xinhua/Huang Yuzhang)
De volta de sua viagem à China, Cole Loos, estudante do terceiro ano do Ensino Médio na Escola Secundária Muscatine, percebeu a importância da iniciativa "50.000 em 5 Anos" para o futuro das relações entre EUA e China. "Por meio dessa experiência, fiquei ainda mais animado para conhecer a China e aprender mais sobre o país".
Nova York, 8 dez (Xinhua) -- Risos, música e notas do erhu, instrumento musical tradicional chinês, deram as boas-vindas a uma noite nevada do início de dezembro no complexo do Consulado-Geral da China em Chicago.
A atmosfera festiva criada pelas apresentações de estudantes americanos do ensino fundamental e médio contagiou o público de mais de 50 pessoas, incluindo professores e pais, que se reuniu uma semana antes. Os estudantes também compartilharam suas experiências aprendendo chinês ou visitando a China. Algumas dessas histórias fazem parte de "O Ocidente Encontra o Oriente: 100 Histórias de Estudantes Americanos do Ensino Médio sobre a China", um livro lançado oficialmente no evento de 1º de dezembro.
As viagens à China relatadas foram viabilizadas pela iniciativa "50.000 em 5 Anos", anunciada pelo presidente chinês Xi Jinping durante sua visita a São Francisco em 2023. A iniciativa busca convidar 50.000 jovens americanos para a China em programas de intercâmbio e estudo ao longo de cinco anos. Alguns dos primeiros participantes do programa estão compartilhando seus pensamentos e sentimentos sobre a China.
A VERDADEIRA CHINA
Emmanuel Garcia-Gomez Jr., da Escola Secundária Muscatine, fez parte do primeiro grupo a visitar a China em janeiro de 2024, no âmbito do programa. Ele viu um panda gigante, provou o pato à Pequim e caminhou pela Grande Muralha, memórias que Garcia-Gomez Jr. disse que "lembrará para sempre".
A China é "antiga e nova ao mesmo tempo. Foi incrível ver como esses dois mundos se misturavam".
"Acho que conhecer a China através da escola ou de uma aula é uma coisa, mas conhecê-la de verdade, ir lá e conviver com as pessoas, é totalmente diferente", disse Garcia-Gomez à Xinhua. "O sabor, a textura, o cheiro, as paisagens da China me fizeram perceber como lá pode ser bom".
A riqueza da cultura chinesa, os trens de alta velocidade e a hospitalidade dos estudantes chineses foram alguns dos destaques mencionados pelos estudantes.
Lily Rabb, 18 anos, é estudante da Escola de Idiomas Intercultural Montessori de Chicago. "Não tive o acesso que eu gostaria para realmente entender a China por completo, mesmo estudando chinês", disse ela. "Só quando fui à China e toquei o solo chinês, onde experimentamos a comida chinesa, é que realmente entendi" o país.
FAZENDO AMIZADES
As experiências desses adolescentes americanos na China "nos mostraram que a amizade se constrói por meio da troca", disse à Xinhua, Gu Licheng, editor-chefe do livro sobre as viagens dos estudantes à China e professor da Universidade Northwestern, nos EUA.
Esse ponto de vista é corroborado pelos relatos dos participantes, tanto dentro quanto fora do livro.
"Conviver com as receptivas, acolhedoras e amigáveis pessoas (chinesas) foi incrível", disse à Xinhua, Ava Moore, da Escola de Idiomas Montessori. "Com certeza tenho uma compreensão melhor da língua chinesa e do povo chinês" graças ao programa.
"Por isso que quero aprender o idioma: quero construir essas conexões com as pessoas na China", acrescentou ela.
Penelope Roewe, da Escola Secundária Niles North, no estado americano de Illinois, entrevistou Sarah Lande, de Muscatine, Iowa, e destacou a amizade de 40 anos entre o presidente Xi Jinping e seus amigos de Iowa, incluindo Lande.
Essa amizade teve um forte impacto ao longo dos anos, inspirando jovens americanos a visitar a China e fazer amizade com chineses, disse ela.
Durante sua estadia de duas semanas na China em 2024, Roewe fez novos amigos em todas as cidades que visitou. "Tínhamos muitas diferenças, mas, por meio dessa interação, percebemos as nossas semelhanças", escreveu ela.
As relações entre a China e os Estados Unidos "deveriam ser uma amizade onde não apenas a inovação é compartilhada, mas também cada cultura é valorizada", observou ela.
Luca Berrone, membro do conselho da Iowa Sister States, é um velho amigo do presidente Xi. Ele tem promovido ativamente a iniciativa "50.000 em 5 Anos" em todo o estado.
"É muito gratificante ver os estudantes e sentir a empolgação deles pela viagem e pelas descobertas", disse ele à Xinhua.
"Uma das coisas mais significativas que os jovens que participam dessa iniciativa aprendem é a capacidade de se conectar com amigos, jovens amigos, amigos da mesma idade e suas famílias na China", disse ele. "Esse momento em que se reúnem e trocam ideias, paixões e interesses vira o ápice da viagem".
FUTURO COMPARTILHADO
Os jovens são enérgicos e cheios de sonhos, e o futuro das relações China-EUA está nas mãos deles, declarou o presidente Xi. Em mensagem proferida em um festival da juventude China-EUA realizado no leste da China em junho de 2024.
Ele também espera que jovens chineses e americanos tenham intercâmbios aprofundados, fortaleçam a amizade, se conheçam bem e trabalhem juntos para promover a amizade sino-americana, contribuir para o crescimento sólido e estável das relações entre os dois países e colaborar com pessoas de todo o mundo para construir a paz, promover o progresso e gerar prosperidade.
Durante o evento de 1º de dezembro em Chicago, diretores de 18 escolas de ensino fundamental e médio da China e dos Estados Unidos assinaram um memorando de entendimento para expandir a cooperação interescolar e os mecanismos de intercâmbio de longo prazo.
A Escola de Idiomas Montessori fechou parceria com uma escola de ensino médio de Shanghai. O diretor da escola, Roderick Shaw, declarou: "Temos escolas irmãs, o que nos permite trocar informações, colaborar e aprender a trabalhar juntos, compreendendo as tradições, as culturas e os pontos fortes de cada um".
A China e os EUA são dois países importantes, "então por que não educar os jovens estudantes para que, juntos, possam entender sua força e, a partir disso, construir um mundo melhor?", disse ele.
Sobre a iniciativa "50.000 em 5 Anos", ele disse que a visão abre uma janela para que os adolescentes americanos conheçam a China.
De volta de sua viagem à China, Cole Loos, estudante do terceiro ano do Ensino Médio na Escola Secundária Muscatine, percebeu a importância da iniciativa para o futuro das relações entre EUA e China. "Por meio dessa experiência, fiquei ainda mais animado para conhecer a China e aprender mais sobre o país".

