Destaque: Centro logístico construído pela China na Tanzânia agiliza comércio regional na África Oriental-Xinhua

Destaque: Centro logístico construído pela China na Tanzânia agiliza comércio regional na África Oriental

2025-12-24 10:06:33丨portuguese.xinhuanet.com

Funcionários atendem clientes em uma loja de produtos eletrônicos no Centro Comercial e Logístico da África Oriental (EACLC, na sigla em inglês) em Dar es Salã, Tanzânia, 19 de dezembro de 2025. (Xinhua/Emmanuel Herman)

Dar es Salã, 22 dez (Xinhua) -- No segundo andar do Centro Comercial e Logístico da África Oriental (EACLC, na sigla em inglês), nos arredores da cidade portuária de Dar es Salã, na Tanzânia, rolos de roupas cuidadosamente organizados enchem as prateleiras enquanto clientes chegam de várias partes do país e de outros lugares.

Sorrisos surgem com facilidade para Ayoub Katuga, um comerciante tanzaniano cujo negócio de roupas por atacado ganhou novo impulso neste moderno complexo na área de Ubungo.

"Este ambiente mudou completamente a forma como fazemos negócios", disse Katuga, gesticulando em direção ao showroom luminoso e organizado.

"Nossos clientes gostam de vir aqui, e isso já faz uma grande diferença", disse ele à Xinhua em entrevista recente.

Katuga é o diretor-administrativo da Ascon África, uma empresa guarda-chuva. Ele foi um dos primeiros comerciantes locais a abrir uma loja no centro, um polo comercial construído por chineses e projetado para reduzir as lacunas comerciais entre a China, a Tanzânia e a região da África Oriental.

"Cheguei aqui em agosto e abri uma loja no térreo", lembrou ele. "Agora expandimos para o primeiro andar com outra nova loja, focada em roupas por atacado. Esse crescimento por si só já diz tudo".

Localizado na capital comercial da Tanzânia, o centro é mais do que um mercado convencional. Concebida como uma plataforma completa de comércio e logística, ela integra showrooms, armazéns, coordenação de remessas, apoio aduaneiro e serviços empresariais em um só lugar.

Para Katuga, cujos clientes vêm da Zâmbia, da República Democrática do Congo, de Ruanda, de Burundi e de Uganda, o centro abriu novas portas.

"Antes, a maior parte do comércio atacadista se concentrava em Kariakoo", disse ele, referindo-se ao distrito comercial tradicional de Dar es Salã. "Mas a infraestrutura lá é congestionada. Aqui, tudo é moderno e bem estruturado. Os clientes se sentem à vontade, e isso gera confiança".

Ele disse que a plataforma fortaleceu sua cadeia de suprimentos com a China, de onde provém a maior parte de seus produtos. "Ela nos conecta diretamente com fornecedores chineses e atrai compradores regionais para a Tanzânia. É um novo modelo de negócios", disse ele.

No térreo do centro, relógios inteligentes, carregadores portáteis e acessórios de áudio brilham sob as luzes da Wawlyn Limited, uma empresa de tecnologia que iniciou suas operações no centro no começo de agosto e pertence a um empresário somali.

"Os negócios estão indo bem", disse Esther Benedictor Patrick, gerente da loja e representante da empresa. "A Wawlyn está profundamente enraizada na África e nosso objetivo é crescer em todo o continente. Estar aqui nos ajuda a alcançar um mercado africano mais amplo".

A Wawlyn se concentra no design, desenvolvimento e distribuição de dispositivos eletrônicos vestíveis e inteligentes. De acordo com Patrick, a decisão da empresa de se instalar no centro está alinhada com sua estratégia de longo prazo.

"Vemos o EACLC como uma ponte natural entre a China e a África", disse ela. "A cooperação China-África não se resume a comprar e vender. Trata-se de relacionamentos de longo prazo, transferência de tecnologia e logística confiável".

Empresas chinesas também estão estabelecendo uma presença constante no centro. Uma dessas empresas, a MAFC, atua no ramo de móveis, iluminação e materiais de construção. Após a reforma de seu showroom em agosto, a empresa foi oficialmente inaugurada em outubro deste ano.

"Os negócios têm melhorado a cada dia", disse Wang Xinggang, representante da empresa chinesa, observando que a Tanzânia foi escolhida por suas vantagens estratégicas, incluindo uma grande população, acesso ao mar, estabilidade política e forte potencial de desenvolvimento.

Cathy Wang, gerente-geral do EACLC, disse que a criação do centro foi motivada pela necessidade de melhorar a eficiência e a estrutura do comércio China-África.

"Nossa intenção inicial era construir uma plataforma comercial mais simples, eficiente e segura", disse ela. "Ao abordar a assimetria de informações e os altos custos logísticos, pretendemos afastar o comércio China-África de operações fragmentadas e de pequena escala em direção a um modelo mais organizado e baseado em plataforma".

Ela enfatizou que o centro foi projetado como uma porta de entrada comercial abrangente e bidirecional, e não como um mercado físico convencional.

"Além das funções de atacado e varejo, o centro integra coordenação da cadeia de suprimentos, armazenagem inteligente, logística transfronteiriça, serviços de exposição e compras no local", disse a gerente. "Ao combinar comércio, exposição e logística em um só lugar, buscamos aprimorar a conectividade, melhorar a eficiência da circulação e promover o benefício mútuo e o desenvolvimento benéfico para todos entre a China e a África".

Atualmente, o centro abriga comerciantes da China e da Tanzânia, assim como de países vizinhos, incluindo Quênia, Uganda, Ruanda e Somália. Os produtos variam de materiais de construção e maquinário a eletrônicos, têxteis e itens de primeira necessidade.

Olhando para o futuro, o EACLC planeja aprofundar a integração digital. Sistemas inteligentes de armazenagem, rastreamento de estoque em tempo real e conectividade com o comércio eletrônico fazem parte do plano.

"Os comerciantes não precisarão mais procurar provedores de logística fragmentados", explicou a gerente. "Eles poderão monitorar o estoque e os pedidos em tempo real, melhorando a eficiência operacional".

Além do comércio, o centro também se tornou uma plataforma para uma cooperação econômica mais ampla entre a China e a África. Ele ajudou a organizar a participação da Tanzânia em importantes feiras comerciais na China, além de facilitar a presença de empresas chinesas na principal Feira Internacional de Comércio de Dar es Salã, na Tanzânia.

Para comerciantes como Katuga, o impacto do centro já é tangível.

"Este lugar ajudou a expandir meus negócios e alcançar novos mercados", disse ele. "Clientes de toda a África agora vêm comprar aqui na Tanzânia".

Um comerciante analisa peças de roupa em exposição em um showroom de atacado no Centro Comercial e Logístico da África Oriental (EACLC, na sigla em inglês) em Dar es Salã, Tanzânia, em 19 de dezembro de 2025. (Xinhua/Emmanuel Herman)

Cathy Wang, gerente-geral do Centro Comercial e Logístico da África Oriental (EACLC, na sigla em inglês), fala durante uma entrevista à Xinhua em Dar es Salã, Tanzânia, em 19 de dezembro de 2025. (Xinhua/Emmanuel Herman)

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com