Beijing, 26 dez (Xinhua) -- A capital chinesa Beijing está explorando como os robôs podem ajudar no cuidado de idosos, aplicando gradualmente a robótica no cotidiano, segundo uma reportagem do jornal China Daily.

No distrito de Haidian, em Beijing, o avô de Shen Tu, que tem agora mais de 90 anos, costuma jogar xadrez com um pequeno robô chamado Sense.

"Eu costumava jogar xadrez com o meu avô quando era pequeno", disse Shen. "Agora, quando não posso ficar com ele, pelo menos o robô lhe faz companhia." Para a família, o robô tornou-se parte familiar dos cuidados diários.

O jornal acredita que cenas como essa estão se tornando mais comuns na capital chinesa. O Departamento Municipal de Economia e Informatização de Beijing divulgou um programa-piloto para promover a aplicação de robôs inteligentes no cuidado de idosos em famílias, condomínios e instituições entre 2025 e 2027, com foco em assistência à reabilitação, cuidados diários e companhia emocional, entre outros.

O número de residentes com 60 anos ou mais chegou a 5,14 milhões em 2024, ultrapassando a marca de 5 milhões pela primeira vez, de acordo com um relatório sobre o desenvolvimento em atendimento a idosos de Beijing divulgado pela Associação da Indústria de Idosos de Beijing. O crescente envelhecimento da população tem exercido uma pressão cada vez maior sobre os sistemas de cuidados de saúde, impulsionando a pesquisa e a aplicação da robótica.

No condomínio de Longgang, da vila de Dongsheng, no distrito de Haidian, um centro de experiência tecnológica para idosos tornou-se um local de teste para esses esforços. O centro introduziu robôs de reabilitação, exoesqueletos vestíveis e outros dispositivos inteligentes destinados ao cuidado de idosos.

"Atendemos mais de 6 mil residentes idosos em bairros próximos", disse Miao Fanghe, gerente do centro. "Desde outubro, centenas de pessoas vieram experimentar essas tecnologias e receber serviços."

A Beijing AI-Robotics Technology fornece exoesqueletos para hospitais em Beijing e oferece treinamento em reabilitação e sessões de experiência para comunidades no distrito de Xicheng e na Área de Desenvolvimento Econômico-Tecnológico de Beijing.

"Muitos usuários idosos nos consultam após quedas ou devido a problemas de degeneração muscular e saúde óssea", disse Zhao Pengcheng, membro da equipe de marketing da empresa. "Esses dispositivos de reabilitação os ajudam a recuperar a mobilidade, enquanto os exoesqueletos de auxílio à caminhada ajudam a reduzir a tensão nos joelhos."

Robôs também estão aparecendo no Yan Garden do condomínio de Taikang, no distrito de Changping, para ajudar na reabilitação, mobilidade e monitoramento da saúde, segundo o China Daily.

Li Jian, professor da Universidade de Correios e Telecomunicações de Beijing que estuda cuidados inteligentes e reabilitação para idosos, assinalou que os robôs atuais voltados ao cuidado de idosos são úteis, mas estão longe de ser perfeitos.

"O design adequado para idosos, especialmente a segurança e a praticidade, é o ponto-chave que ainda precisa ser melhorado", disse ele, citado pelo jornal.