O que vem a seguir para a Coreia do Sul após impeachment do presidente-Xinhua

O que vem a seguir para a Coreia do Sul após impeachment do presidente

2024-12-16 11:16:53丨portuguese.xinhuanet.com

Legisladores da Assembleia Nacional da Coreia do Sul votam em uma segunda moção de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol em Seul, Coreia do Sul, no dia 14 de dezembro de 2024. (Xinhua/Yao Qilin)

O impeachment de Yoon é "só o primeiro passo" para resolver as consequências de sua declaração de lei marcial em 3 de dezembro, disse Park Chan-dae, líder do principal partido de oposição, Partido Democrático da Coreia, a repórteres após a votação do impeachment no parlamento.

Seul, 14 dez (Xinhua) -- Com 204 votos a favor e 85 contra, o parlamento da Coreia do Sul aprovou no sábado a segunda moção de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol, após a primeira moção de impeachment ter sido suspensa uma semana antes, quando foi boicotada pelos legisladores do partido no poder.

Após a aprovação da moção, uma resolução de impeachment foi entregue ao Gabinete do Presidente e ao Tribunal Constitucional, suspendendo as funções de Yoon imediatamente.

O QUE VEM A SEGUIR

Após a suspensão das funções de Yoon, o primeiro-ministro Han Duck-soo será o presidente interino até que o Tribunal Constitucional tome uma decisão final.

O tribunal disse que fará uma reunião sobre o impeachment do presidente na manhã de segunda-feira. Moon Hyung-bae, chefe interino do tribunal, disse que conduzirá um julgamento rápido e justo.

Se o impeachment for mantido pelo tribunal, uma eleição presidencial antecipada será realizada em 60 dias. Se o impeachment for rejeitado, Yoon será reintegrado como presidente e retomará suas funções.

Han disse no sábado que fará o que for possível para a execução estável dos assuntos de estado.

Pessoas assistem a discurso televisionado do presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, na Estação Ferroviária de Seul, em Seul, Coreia do Sul, no dia 12 de dezembro de 2024. (Xinhua/Yao Qilin)

No entanto, o primeiro-ministro, juntamente com vários membros importantes do gabinete, foram acusados ​​de envolvimento na suposta insurreição de Yoon.

Park Chan-dae, líder do principal partido de oposição, o Partido Democrático da Coreia, disse aos repórteres após a votação que o impeachment de Yoon é "só o primeiro passo" para resolver as consequências de sua declaração de lei marcial de 3 de dezembro, prometendo pressionar por uma investigação completa sobre Yoon e outros "cúmplices da insurreição".

OUTRAS POSSIBILIDADES

É o terceiro impeachment presidencial na história moderna do país asiático. A ex-presidente conservadora, Park Geun-hye, foi removida do cargo pelo Tribunal Constitucional em 2017. O falecido presidente liberal Roh Moo-hyun, no entanto, voltou ao poder após o impeachment em 2004.

O tribunal tem até 180 dias para deliberar sobre esses casos, mas usou 63 dias para chegar a uma decisão final sobre o impeachment de Park e 91 dias sobre o de Roh.

De acordo com a constituição da Coreia do Sul, as aprovações de seis dos nove juízes do Tribunal Constitucional são necessárias para destituir um presidente acusado. Atualmente, o tribunal tem apenas seis juízes, o que significa que eles precisam votar por unanimidade para remover Yoon.

O Partido Democrata, com maioria no parlamento, disse que está buscando preencher as vagas e espera que o parlamento nomeie novos juízes em breve.

Presidente da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, Woo Won-shik, bate martelo para aprovar a moção de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol em Seul, Coreia do Sul, no dia 14 de dezembro de 2024. (Xinhua/Yao Qilin)

POTENCIAL ESTRATÉGIA DE DEFESA

Yoon foi nomeado por agências investigativas como suspeito de acusação de insurreição e virou o primeiro presidente em exercício a ser proibido de deixar o país, levantando a possibilidade de sua detenção.

Yoon disse em um discurso televisionado após a aprovação da moção que faria o melhor pela Coreia do Sul, reforçando: "Não vou desistir".

Em discurso na quinta-feira, Yoon disse que sua imposição da lei marcial foi um ato de governança para proteção contra a "ditadura legislativa" da oposição majoritária.

Especialistas disseram que essa pode ser sua estratégia de defesa, argumentando que declarar a lei marcial estava dentro de seus poderes constitucionais e não constituía um ato ilegal ou uma insurreição.

Ele também afirmou que o envio de tropas para a assembleia nacional foi projetado para manter a ordem, não para dissolvê-la ou paralisá-la.

De acordo com uma pesquisa da Gallup Korea, o índice de aprovação de Yoon caiu 5 pontos percentuais em relação à semana anterior atingindo 11% nesta semana, sendo o menor desde sua posse.

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com