Pessoas participam da 6ª edição do Fórum Econômico Turquia-China em Istambul, Turquia, no dia 18 de abril de 2024. A 6ª edição do Fórum Econômico Turquia-China começou na quinta-feira com representantes buscando formas de promover laços comerciais bilaterais e expandir a cooperação em mais campos. (Foto por Safar Rajabov/Xinhua)
A ICR cresceu e virou uma extensa rede de cooperação que abrange três continentes, oferecendo um novo modelo de cooperação multilateral em meio às crescentes ameaças comerciais globais de conflitos e crises, disse um especialista turco.
Por Burak Akinci
Ancara, 25 dez (Xinhua) -- A Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR) proposta pela China é um bom exemplo de cooperação igualitária e mutuamente benéfica entre nações com base em "soluções mútuas", disse um especialista turco à Xinhua em entrevista recente.
"A ICR é uma iniciativa muito importante para reviver a antiga Rota da Seda, uma rede de comunicação e comércio terrestre euroasiático", disse Ali Oguz Dirioz, professor associado de relações internacionais na Universidade de Economia e Tecnologia TOBB de Ancara.
A cooperação China-Turquia sob a ICR ganhou força, com a posição estratégica da Turquia unindo a Ásia e a Europa, observou Dirioz.
Ele acrescentou que, na última década, a ICR cresceu e virou uma extensa rede de cooperação abrangendo três continentes, oferecendo um novo modelo de cooperação multilateral em meio às crescentes ameaças comerciais globais de conflitos e crises.
A iniciativa reflete a filosofia chinesa de cooperação pacífica entre comunidades, disse Dirioz.
"Quando o presidente chinês Xi Jinping disse que a China quer desenvolver conjuntamente a ICR, essa é exatamente a mensagem da abordagem cooperativa pacífica que está alinhada com a filosofia chinesa de incentivar comunidades colaborativas", observou ele.
Em 2013, Xi propôs construir conjuntamente um Cinturão Econômico da Rota da Seda e uma Rota da Seda Marítima do Século 21, agora conhecida como ICR. Desde então, a cooperação transnacional sob a ICR se expandiu da Eurásia para a África, América Latina e Pacífico Sul.
Uma década depois, a ICR evoluiu de uma visão para a realidade, de uma estrutura geral para projetos concretos. Tornou-se o bem público internacional mais popular do mundo e a maior plataforma de cooperação internacional, disse Dirioz.
Até agora, mais de 150 países e mais de 30 organizações internacionais assinaram documentos de cooperação com Beijing sob a ICR, uma prova de seu crescente apelo global.
Visitante conversa com expositores na Exposição de Marcas (Turquia) da Indústria de Plásticos da China em Istambul, Turquia, no dia 4 de dezembro de 2024. A exposição de quatro dias começou na quarta-feira e é realizada paralelamente à Feira Internacional da Indústria de Plásticos de Istambul 2024. (Xinhua/Liu Lei)
Dados do Ministério do Comércio da China revelaram que até o final de 2023, as empresas chinesas estabeleceram 17.000 empresas no exterior em países participantes da ICR, com estoque de investimento direto ultrapassando 330 bilhões de dólares americanos. Enquanto isso, as zonas de cooperação econômica e comercial no exterior construídas sob a iniciativa criaram 530.000 empregos locais.
Dirioz chamou a iniciativa de um modelo para promover o crescimento global, destacando seu impacto transformador em infraestrutura, comércio e tecnologia, especialmente tecnologias de energia renovável.
"A China tem sido uma das nações mais responsáveis em mostrar liderança em energia renovável e desenvolvimento de tecnologia, e também em relação à cooperação com seus parceiros", observou Dirioz.
Ele explicou que a China possui tecnologia avançada em setores como geração de energia solar e eólica, produção de veículos elétricos e outras áreas em demanda.
"A China fez imenso progresso em tecnologias renováveis, projetos de cidades sustentáveis e desenvolvimento de energia solar", acrescentou Dirioz, dizendo que tornar essas tecnologias acessíveis poderá melhorar a subsistência nos países participantes da ICR.
Ele também elogiou o comprometimento da China com a cooperação econômica justa e mutuamente benéfica dentro de sua iniciativa, afirmando que a China busca compartilhar os benefícios com todos os envolvidos, em vez de monopolizá-los.
Dirioz enfatizou que a ICR ressalta a mensagem de que a iniciativa "não é um monopólio de uma nação, mas um consórcio para o benefício de todas as nações envolvidas", oferecendo "soluções mútuas".
Ele observou vários projetos na Turquia sob a ICR, incluindo grandes projetos ferroviários, que contribuíram para a vida diária das pessoas e o transporte de mercadorias.
Como apoiadora da ICR, a Turquia assinou um memorando de entendimento com a China em 2015 para se alinhar ao seu plano do Corredor do Meio, conectando a Turquia e a Europa à China por meio de uma rota de transporte Transcaspiana.
Dirioz disse à Xinhua que essas iniciativas se complementam, com esforços em andamento para integrá-las ainda mais além das conquistas anteriores.
"Quando olhamos para a cooperação Turquia-China, especialmente em relação às ferrovias, investimentos significativos estão sendo realizados continuamente", disse ele.
O especialista acredita que a Turquia e a China continuarão cooperando na implementação da iniciativa, adaptando-se às novas realidades do comércio internacional e impulsionando o desenvolvimento econômico global e regional.
"A ICR, ao aprimorar as conexões, fortalecerá a interconectividade regional e global, oferecendo uma oportunidade significativa para países em desenvolvimento e mercados emergentes promoverem uma colaboração eficiente", acrescentou Dirioz.