Kong Dejun (esquerda), diretor-geral da Agência para Cooperação Econômica Internacional do Ministério do Comércio da China, conversa com o estudante sul-sudanês Mayiik Deng Mayiik no Centro de Aprendizagem da Língua Chinesa na Escola Secundária Juba Day em Juba, capital do Sudão do Sul, no dia 2 de março de 2024. (Foto por Denis Elamu/Xinhua)

Juba, 3 mar (Xinhua) -- Vários sul-sudaneses estão se inscrevendo em aulas gratuitas de chinês devido às várias oportunidades que o idioma oferece em um país onde as oportunidades de emprego são escassas por causa das dificuldades econômicas prevalecentes.

Amou Santo Domic, 20 anos, está entre os novos estudantes matriculados desde janeiro no Centro de Aprendizagem da Língua Chinesa da Escola Secundária Juba Day, no âmbito do Projeto de Cooperação Técnica de Fase 2 da China, no Sudão do Sul.

Ela disse no sábado, durante a visita de uma delegação de alto nível do Ministério do Comércio da China para inspecionar os projetos apoiados pela China no Sudão do Sul, que se matriculou no curso de língua chinesa para aprender um pouco do idioma antes de viajar para a China em julho devido aos seus estudos de graduação em engenharia de petróleo na Universidade de Ciência e Tecnologia de Nanjing.

“Estou aqui pois vou estudar na China em julho. Ouvi de um sul-sudanês que foi antes de mim para a China que o povo chinês valoriza sua língua mais do que tudo”, disse Domic em Juba, capital do Sudão do Sul.

Ela disse que a proficiência em mandarim oferece oportunidades ilimitadas devido à enorme presença de empresas chinesas no Sudão do Sul e em todo o continente africano.

A delegação chinesa liderada por Kong Dejun, diretor-geral da Agência de Cooperação Econômica Internacional do Ministério do Comércio da China, chegou sexta-feira a Juba para inspecionar os progressos alcançados em vários projetos apoiados pela China, incluindo o Projeto de Cooperação Técnica na Educação com o Ministério da Educação Geral e Instrução do Sudão do Sul.

A Fase 2 do projeto envolve o desenvolvimento, revisão, impressão e fornecimento de livros didáticos para algumas escolas primárias e secundárias no Sudão do Sul, organização de programas de capacitação para professores e administradores educacionais, desenvolvimento e fornecimento de um sistema de avaliação para o uso dos livros didáticos e enviar pessoal docente chinês para Juba a fim de facilitar os programas de língua chinesa e de intercâmbio cultural.

Mayiik Deng Mayiik, 27 anos, que está entre os estudantes pioneiros desde a inauguração do programa de aprendizagem da língua chinesa e intercâmbio cultural em julho de 2021, disse que aprender a língua chinesa o tornou querido por muitos chineses a quem ele gosta de provocar em chinês fluente. “Vemos muitas empresas chinesas no nosso país, se eu aprender bem a língua chinesa, poderei trabalhar nos campos petrolíferos e em algumas outras empresas chinesas, o que é uma decisão muito boa”, acrescentou ele.

Mayiik disse que encorajaria mais jovens sul-sudaneses a aproveitarem a oportunidade de aprender mandarim, apesar de parecer difícil para iniciantes.

Chol Makur Malek, 47 anos, soldado do departamento de engenharia das Forças de Defesa Popular do Sudão do Sul (SSPDF, na sigla em inglês), disse que foi inspirado pelo seu amigo Mayiik a se inscrever em um curso de língua chinesa em fevereiro deste ano. Ele disse que espera um dia ser enviado pelos seus superiores para formação na China, acrescentando que aprender a língua chinesa com antecedência é uma necessidade.

Ustaz George Kenyi, diretor da Escola Secundária Juba Day, disse que o centro de língua chinesa tem sido ótimo porque realizou a própria essência do programa de intercâmbio cultural acordado entre os dois países.

Kuyok Abol Kuyok, subsecretário do Ministério da Educação Geral e Instrução, disse que a língua não só quebra barreiras, mas também cria oportunidades.

Ele disse que a Fase 2 do Projeto de Cooperação Técnica na Educação Apoiado pela China acabará em breve, acrescentando que estão trabalhando com seus homólogos chineses para desenvolver a Fase 3.

“Estamos muito ambiciosos para a Fase 3 porque sentimos que o sucesso deste projeto específico (Fase 2) deve ser a base para continuarmos, por isso queremos, com exceção de todos os outros componentes principais da cooperação técnica, ter três salas de aula para aprendizagem de línguas e intercâmbio cultural, uma para estudantes iniciantes, outra para intermediários e mais uma para estudantes avançados”, disse Kuyok, revelando que querem que os estudantes de língua chinesa possam visitar a China e interagir com o povo chinês. “Acho que será uma oportunidade ótima para eles”.